Romênia
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A Transilvânia, na Romênia, não é só a terra do lendário Conde Drácula... É também uma tradicional região produtora de vinhos, você sabia?
Tão tradicional, que, diz a lenda, o deus do vinho Dionísio teria nascido onde hoje geograficamente é a Romênia, mas que na época fazia parte da Grécia Antiga.
Além de grandes produtores (oscilando entre quinto e sexto maior produtor da Europa), os romenos também são grandes apreciadores desta bebida. Os 23 milhões de habitantes da Romênia consomem cerca de 26 litros per capita de vinho, por ano, um consumo mais de 10 vezes superior ao brasileiro, próximo ao consumo dos argentinos.
Uvas nativas, curiosamente cultivadas na mesma latitude da França, dão personalidade exclusiva aos vinhos romenos. As cepas tipicamente romenas mais conhecidas são:
Feteasca Neagra (a donzela negra), que produz vinhos tintos robustos e de cor profunda.
Feteasca Alba (a donzela branca), que oferece vinhos brancos picantes secos e semissecos.
Feteasca Regala (a dama real), que é responsável por vinhos brancos secos, frescos e ricos em acidez.
Tamaioasa Romaneasca (a dama enfurecida), que produz vinhos brancos muito aromáticos.
A influência francesa no final do século 19 e início do século 20 garantiu a sobrevivência do cultivo das vinhas à praga da filoxera, e a introdução de variedades internacionais no país, como Cabernet Sauvignon, Merlot, Pinot Noir, Chardonnay e Sauvignon Blanc, por exemplo.
Já a influência da Alemanha e da Áustria, no período entre as duas grandes guerras mundiais, introduziu na Romênia o “spritzer”, mistura de vinho e água mineral com gás.
Durante o regime comunista (1948-1989) o vinho da Romênia viu sua qualidade se deteriorar, em prol do foco em quantidade. Não é à toa que a reputação desses vinhos caiu, e surgiram piadas como o Conde Drácula preferir beber sangue a beber o vinho romeno...
Mas, a partir da década de 90, a história dos vinhos da Romênia voltou a ser reescrita, com a restituição dos vinhedos a seus antigos donos, e com muitos investimentos sendo feitos.
O clima mais frio das regiões setentrionais da Romênia, principalmente a Moldávia e a Transilvânia, favorecem a produção de vinhos brancos.
Os melhores tintos romenos, em contrapartida, vêm do sul do país, de Dobruja e Munténia (onde fica Dealu Mare, a região produtora de tintos mais famosa da Romênia).
Apesar da longa tradição vinícola, a Romênia tem uma reputação a ser reconquistada, o que vem acontecendo, aos poucos. É fundamental que os amantes de vinho experimentem o vinho romeno produzido atualmente. Fundamental, para não dizer pitoresco, exótico, curioso...
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